A área na qual estão inseridos o Cemitério e Capela dos Ingleses está localizada na porção superior do morro à nordeste da Mina da Passagem.A antiga Capela dos Ingleses foi construída em alvenaria de pedra com argamassa, já praticamente sem rebocos. Seus remanescentes constituem-se de trechos das quatro paredes e cunhais em cantaria, tendo em vista já a inexistência de cobertura, piso e quaisquer outros elementos integrados. Dada a ausência de uso e estar sujeito a intempéries e eventuais ações antrópicas, trata-se de um processo de arruinamento contínuo, verificado, por exemplo, pela recente queda de parte da fachada frontal.Quanto ao cemitério, a área é delimitada por um muro baixo de pedras, parcialmente colapsado, e tem cerca de 40m x 30m. Não foi possível quantificar a quantidade de túmulos existentes, e os observados estão deteriorados, seja pelos processos naturais, quanto por ações de vandalismo.
O local conhecido como “Cemitério e Capela dos Ingleses”, situado no distrito de Passagem de Mariana, Mariana/MG, corresponde à vestígios do período “franco – inglês” da exploração da “Mina da Passagem” (1863 a 1927) (Freiras e Souza, 2009).
As primeiras jazidas auríferas foram descobertas no distrito de Passagem de Mariana no início do século XVIII, no leito do rio do Carmo e depois nas encostas do Morro Santo Antônio. Somente em 1819 Barão de Eschwege arrematou a área da Mina da Passagem, e formou a primeira empresa mineradora do Brasil, sob o nome de Sociedade Mineralógica de Passagem. Os direitos minerários da Mina da Passagem foram adquiridos pelo inglês Thomas Bawden em 1859, e repassadas ao também inglês inglês Thomas Treolar, representante da “Anglo-Brazilian Gold Company Limited”.em 1963, dando início ao período da administração inglesa da Mina. Em 1880, passou a ser controlada por uma sociedade francesa que criou a empresa “The Ouro Preto Gold Mines of Brazil Limited”, E operou até os anos de 1927, quando foi vendida ao Grupo Ferreira Guimarães, retornando então à administração de uma empresa nacional.
O registro mais antigo da existência da Capela que acompanha o cemitério dos ingleses foi realizado por Richard Burton, em 1867, quando da sua visita à “Anglo-Brazilian Gold Mining Company (Limited)”.